Tenho visto muitas pessoas pedindo menos morte às mulheres.
Menos espancamentos, agressões, crueldades.
Acho perfeito. Acho lindo tudo isso, de verdade.
Mas vocês já perceberam que a morte de uma mulher não se dá só dessa forma?
Não é só o marido ou namorado machista que pede pra trocar a saia curta. É o cara que aceita qualquer tipo de roupa, mas que a constrange na frente dos amigos ou familiares.
É o cara que a interrompe a cada frase, ou que faz questão de não rir de suas piadas.
É o cara que não trai, mas que conta em casa dos amigos que fazem suas companheiras de boba, pra deixar a mulher esperta.
É aquele cara que fala o tempo todo que quem não dá assistência, perde pra concorrência.
É o cara que só lava a louça pra fazer média, ou pra conseguir com mais facilidade uma noite bacana.
O cara que tem uma personalidade na rua, ou nas redes sociais, e outra completamente diferente dentro de casa.
O cara que só percebe aquilo que faz falta, que não tem tempo pra nada que não seja de seu interesse.
Que não tem tempo.
Amor é tempo. É dedicação, não integral, óbvio, ao outro.
É troca.
E se não existe essa troca, sim, você está matando uma mulher também.
Não violentamente, como a mídia tem mostrado, mas matando por dentro.
O final é o mesmo.
Então, fica a reflexão, e um feliz 9 de março, o day after.
O dia que as frozinha já tão meio murcha na água e que os papéis do chocolate estão no braço do sofá.

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