E já foram tantas despedidas, e indas, e vindas e indecisões... que hoje compreendo meu apego por tudo que é meu.
Como uma pessoa que tem dificuldade até mesmo pra limpar a lixeira do notebook iria se desfazer facilmente de tantas memórias?
Estou com quarenta e quatro anos.
Assim mesmo, escrito por extenso, porque me orgulho da minha idade.
Comecei escrever entre os 16 e 18, numa época que computador não era acessível.
Fiz muitos cadernos, que foram desfeitos em momentos de tristeza.
Ficou a lição: se um dia me desfizer de algo, que seja em plena alegria!
Hoje estou triste, fechando um ciclo.
A tristeza é por não saber como fechar, ou pelo apego que esse ciclo, enorme, por sinal, me trouxe.
Desfiz meu altar e fiz minha mala.
E aqui vou eu pra onde tudo começou, interna e externamente.
E aqui estou de novo!
De novo?
É... alguns hábitos não mudam.
Sou uma pessoa que erra muito e hoje entendo o ditado
DE BOA INTENÇÃO, O INFERNO ESTÁ CHEIO.
Estou fazendo as pazes com meus erros, tô pensando em chamá-los pra um café (sem açúcar, pois estou de dieta)
Aos quarenta e quatro, precisamos fazer dieta.
Não necessariamente para perder peso, mas com certeza, para perder um pouco de bagagem.
Esvaziar a mala faz bem, tão bem quanto escrever despretensiosamente.
Esvaziei o guarda roupas, a estante e a cabeça, ora, tudo isso pra alcançar o objetivo de manter a dieta.
Talvez entrem roupas novas.
Com certeza entrarão novas experiências.
Amargas, feito o novo café, que talvez, meus erros se recusem a tomar.
Vou visitar o inferno dos meus pensamentos, que são tão disciplinados, que não dão ouvidos pro inferno que os envolve.
Tudo com muita boa intenção.
Me questiono se um erro deve ser reparado ou esquecido.
Me respondo de bate pronto: depende de quem o julga.
Ou de quem o sente.
Do limite de cada um.
Limite pequeno?
Faça dieta!
Abra espaço pra um limite maior.
O nome disso é
OPORTUNIDADE.
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