Segunda-feira...
Não saí pra trabalhar, não arrumei a casa, não recolhi o lixo.
Não liguei o computador nem a televisão, e quase não liguei o chuveiro no final da noite.
Não abri a janela, a geladeira e muito menos a revista de domingo.
Não atendi o telefone, não li a mensagem, fingi que não ouvi a campainha tocar.
Não tirei o pijama, as cobertas, não desfiz a trança do cabelo.
Abri os olhos pra fechar pouco depois.
Pensei na vida, no sol lá fora, no escuro aqui dentro.
Acordei e dormi sem pressa e sem compromisso.
As costas rangeram, as pernas pediram socorro e a bexiga, coitada, esperou minha preguiça passar.
Uns sequilhos no meio da tarde, pois não queria mastigar.
Vi o dia anoitecer pela fresta da veneziana.
Um pão francês com queijo de casquinha depois que ele chegou do trabalho.
Boa conversa, um banho quente, cama desarrumada e dexter no dvd.
Pijama, meias, cobertas, pernas entrelaçadas e sensação de dia terminado.
O dia que não passou.
Pra muitos, liberdade é correr na praia, gritar pro mundo ouvir
Pra mim, liberdade é conviver com meus conflitos e entender meu próprio silêncio.
A semana começou na terça.
Eu vou mas eu volto.
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