Livros, porta retratos, ratinhos, bichinhos, papéizinhos.
Barulhinhos, risadinhas, musiquinhas.
Tudo isso faz história, sempre que abro uma gaveta, acabo rindo de mim mesma por algo que deixei ali, que me faz lembrar de outras e outras coisas que entraram pra essa história louca da vida.
Não sei bem o que eu seria sem isso, ou se seria eu.
Está chegando a hora de deixar essas lembranças pra trás e começar as novas.
Gavetas novas e vazias pros meus papéis.
Novas estantes pros meus livros e porta retratos.
Paredes para os próximos capítulos...
Jornaizinhos de lojas de móveis, faz conta daqui, faz conta dali, sonha, sonha sonha...
E nossa vida está sendo assim.
Eu vou mas eu volto
Feliz da vida!
Da série, quando a vida muda eu escrevo. Escrevendo pra quem não lê, desde 2006. Cheguei aos quarenta e cinco, dos trinta onde comecei. Mudando o enredo, pra não seguir a rima Um copo de vinho e uma rufles meio murcha, cachorro deitado no meu pé, gata querendo dividir comigo o teclado e filha deitada no quarto . Assim é estruturada minha nova rotina familiar. Olho acima da tela, vejo flores no aparador. As comprei hoje a tarde. Olho os livros na estante, os mesmos, do decorrer da vida. Olho as plantas em cima do armário. Verdes, mas tão verdes, que me orgulho do meu trabalho. Me tornei uma exímia cuidadora de plantas. Correndo os olhos pela sala, vejo um quadro do Neruda, tão sonhado, exatamente onde imaginei E ao seu lado, Sidharta, o Buda, exatamente onde o deixei. Os ouvidos, ouvem a tv, num jornal, bem baixinho E se fizer força, lá fora, o barulho do mar. Alguns barulhos, na casa do vizinho Quase a silenciar. Em pouco tempo, troco todos os sons, pelos do teclado Em uma noite comemo
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